Trabalho remoto em empresas estrangeiras…vale a pena?
Com funciona esse tipo de trabalho? Será que essas oportunidades são para todos os tipos de profissionais? Como ficam as questões tributárias? E pensando no futuro, na aposentadoria, como seria?
Essas são algumas das perguntas que gostaria de responder nesse artigo.
No atual momento em que vivemos, receber salário em dólar ou euro enche os olhos da maioria das pessoas. E poder fazer isso, sem sair do Brasil, pode ser visto como encontrar o pote de ouro no final do arco-íris.
Mas nem tudo que reluz é ouro e oportunidades como essas precisam ser bem analisadas e avaliadas, pensando em muitos aspectos que, num primeiro olhar, não estão exatamente colocados na mesa.
Já antes da pandemia, o trabalho remoto ocorria. Mas neste momento, tanto empresas quanto trabalhadores entenderam que é uma possibilidade viável em muitos sentidos e as oportunidades triplicaram, de acordo com os recrutadores. Importante falar que o trabalho remoto é diferente do home office.
No remoto é 100% a distância e por isso é possível morar num país e ser contratado por uma empresa de outro.
Vamos falar inicialmente sobre para quem são essas oportunidades. Em primeiro lugar, citaria que, obviamente, são oportunidades para quem tem fluência no idioma usado no país da empresa contratante ou em inglês. Alguns especialistas dizem que nos próximos anos a tendência é que seja preciso saber três idiomas. Além do inglês, o espanhol, mandarim, francês, japonês e árabe são apontados nas pesquisas sobre o assunto. O Fórum Econômico Mundial divulgou um relatório onde coloca que a escolha dos idiomas deve ser avaliada dependendo da área de atuação escolhida. Dentre elas, as relacionadas à tecnologia são as que têm mais oportunidades dentro de empresas estrangeiras que se utilizam de trabalho remoto, porém as áreas de design, escrita, vendas e marketing também se destacam.
É importante ressaltar que nem todo profissional tem perfil para trabalho remoto. É preciso ser organizado, bom em auto-gestão, cumpridor de prazos, entre outras habilidades importantes num tipo de trabalho como esse. A possibilidade de trabalhar de qualquer lugar e em qualquer horário é interessante só para quem, de fato, consegue render e trazer resultados nesse formato.
Penso também, baseado em experiências pessoais, que a questão cultural pode ser um problema para alguns. A forma como o trabalho e as cobranças são feitas em determinadas culturas diferem muito do formato padrão brasileiro e saber lidar com isso é algo importante a ser colocado na balança.
Outro aspecto importante, e que, aliás, é uma das primeiras coisas que vem à minha cabeça quando penso em trabalho remoto, é sobre o formato de trabalho com relação ao pagamento, tributos e o futuro. E na minha opinião, essa preocupação deveria ser também dos que estão pensando em optar por esse tipo de trabalho.
As empresas estrangeiras não possuem nenhum tipo de obrigação com o trabalhador de outro país e, para o Brasil, esse tipo de trabalho não é considerado como “assalariado”, portanto nenhum dos benefícios é devido. Os especialistas indicam que o melhor caminho é abrir um CNPJ, pois os tributos são menores do que como pessoa física.
Para o recebimento do salário, os especialistas indicam abrir uma conta PJ (se você optou por abrir CNPJ) e é importante buscar um contador para auxiliar, pois cada contrato tem sua peculiaridade. O contador também ajudará na questão dos impostos a serem pagos, que é um detalhe crucial para não gerar problemas maiores no futuro…
Analisando tudo o que vi, li e citei sobre o assunto, me parece ser mais simples do que pode parecer conquistar uma vaga dessas e se adequar às questões tributárias, além de se organizar com relação a uma aposentadoria privada. Mas como citado, a ajuda profissional é importante e mitiga riscos desnecessários.
E onde encontrar essas vagas, afinal? Minhas pesquisas mostraram que o LinkedIn é um caminho muito utilizado, assim como sites especializados. De qualquer forma, ter um currículo bem elaborado, trazendo informações relevantes para a vaga pretendida e para esse tipo de trabalho, é fundamental. Mostrar as habilidades que esse tipo de vaga prioriza (algumas citei acima) são diferenciais no currículo.
Networking é um dos quesitos que os especialistas e recrutadores também indicam muito para esse tipo de vaga. Ele serve tanto para conhecer pessoas que já atuam, e com isso conhecer melhor esse universo, como também para conseguir dicas e indicações.
Finalizando, avalio que, financeiramente, de fato parece ser bem interessante, visto que várias outras moedas têm mais valor que o real – a ser não ser, claro, se pretende trabalhar remoto em uma cidade como Paris por exemplo, onde o custo de vida é bem maior. Esse é um tema à parte que pretendo debater num artigo específico, mas vale o comentário aqui.
Em resumo, é uma análise que precisa ser feita de forma muito racional, entendendo bem o tipo de profissional que cada um é e o tipo de planejamento profissional e pessoal que se busca.
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