2023

Previsão versus Realidade…e 2023?

 Publicações da RGCE
Publicações da RGCE

Rodrigo Gimenez - Sócio Líder

Previsão versus Realidade…e 2023?

 

O ano de 2022 está chegando ao fim e, por isso, resolvi fazer um balanço dos temas que foram debatidos nos artigos anteriores. Mas para não falar apenas do passado, ou dos mesmos temas mais uma vez, a ideia é discutir as possibilidades e novas implicações que esses temas terão em 2023. É claro que o exercício aqui não se trata de futurologia e/ou algum tipo de estudo mais detalhado, estatístico, com qualquer pretensão de acerto e, sim, de discuti-los para nos preparar para um 2023 cheio de expectativas e ansiedades. Novo governo, novas metas, novos desafios…

STARTUPS

Voltando um pouco mais no tempo, nós finalizamos 2021 falando dos bons números que as startups apresentavam e da tendência de que esses resultados aumentassem significativamente no ano seguinte, porém 2022 foi bem diferente para esse setor. Durante todo o ano, várias das chamadas “unicórnios” não mostraram o desempenho esperado e, pior, demitiram muitos funcionários. Especialistas citam fatores importantes como causas: (1) Reflexo da economia brasileira e mundial, (2) antecipação de uma possível crise que virá em 2023, (3) cautela devido às mudanças governamentais em nosso país. E infelizmente 2023 não vem com previsões otimistas, de acordo com os especialistas. Devido ao cenário econômico, os investidores devem, pelo menos até o meio do ano que vem, manter seus investimentos em opções mais seguras e, com isso, os aportes nas startups devem ser poucos. As demissões tendem a não acontecer mais da forma como foi vista em 2022, porém não estarão dispostos a contratar. O saldo positivo, trazido desse ano para o próximo, é um amadurecimento desse tipo de negócio que ajudará a mantê-los “vivos”.

METAVERSO

O metaverso já é uma realidade. Ao contrário do final de 2021, onde vimos em noticiários várias vertentes e teorias sobre o tema, o fato é que em 2022 presenciamos a popularização do metaverso. Uma pesquisa da Capterra coloca que 85% dos brasileiros acreditam que o metaverso terá grande influência em sua vida. As gerações mais novas estão imersas nesse ambiente, colaborando com que o interesse sobre o assunto cresça. A lei do mercado é muito simples: se o interesse do público aumenta, consequentemente o olhar dos negócios e os investimentos também. Um levantamento da McKinsey, por exemplo, indica que fundos de Venture Capital e Private Equity investiram mais de US$ 120 bilhões em negócios ou ativos no metaverso, apenas nos primeiros 5(cinco) meses de 2022 – mais do que o dobro do registrado ao longo de 2021 (US$ 57 bilhões). Certamente essa é uma tendência em crescimento e que deve ser dada atenção nos próximos anos.

CRIPTOMOEDAS

Falamos também sobre criptomoedas durante o ano, e idem acima, elas também são realidade, podemos dizer, inclusive, sedimentada no mercado e na cabeça dos brasileiros. De acordo com a Receita Federal, já são mais de 1(um) milhão o número de CPFs que declararam compras de moedas digitais e, ao final do terceiro trimestre, foi que esse número dobrou. Mostrando que nem as grandes quedas que essas moedas tiveram durante o ano assustaram os investidores. A novidade aguardada para 2023 é conhecida como Real (R$) digital: Central Bank Digital Currency (CBDC) ou Moeda Digital Emitida por Banco Central. Na verdade, não é bem uma criptomoeda pelo fato de que a gestão dela (criptomoedas) é descentralizada e a do Real (R$) digital será feita pelo Banco Central. Outra diferença é que a cripto é um ativo e o Real (R$) digital uma moeda nacional. É uma novidade que ainda terá que ter bastante entendimento pelo público, mas que fará, o quanto antes, parte do nosso dia-a-dia.

CENÁRIO POLÍTICO

O tema Eleições 2022 já era sabido que seria um dos grandes assuntos do ano e que traria preocupações em todos os mercados. O novo governo e os efeitos que ele trará são parcialmente sabidos, ainda mais em um cenário pós-eleição bem mais conturbado do que o normal, um país dividido, isso por si só já é um dos grandes alertas nos mercados e nos negócios para o ano que vem. Seja o pequeno, o médio ou o grande empresário, todos estão, podemos dizer, de sobreaviso, aguardando o que 2023 trará para o Brasil. Em nosso país, qualquer previsão envolvendo o fator político pode ir “água abaixo”, pois esse fator é, por natureza, ainda mais se tratando de Brasil, de complexa previsibilidade. Nestes casos, a recomendação é saber jogar e de forma conservadora. Um jogo de xadrez, onde não se consegue ler a jogada do seu oponente de forma fácil, pelo contrário…portanto, tenha cautela.

OPEN FINANCE

A construção desse ambiente de dados, produtos e serviços entre instituições financeiras está em processo desde 2021. Se você é usuário do sistema bancário certamente já leu esse nome nos sites dos bancos e em aplicativos. Durante o ano de 2022, vimos várias ações de incentivo aos clientes e usuários para aderir ao Open Finance e, em 2023, a quarta etapa será iniciada e, com ela, o real impacto desse sistema na vida das pessoas. O foco das três primeiras etapas foi o compartilhamento de dados bancários dos usuários entre as instituições financeiras. Na primeira, foram compartilhados dados entre as instituições; na segunda, os clientes puderam optar por compartilhar seus dados; na terceira, iniciou-se o compartilhamento de serviços (como o PIX, por exemplo) e a quarta etapa ampliará esse compartilhamento para todas as finanças pessoais do cliente, fazendo e dando permissão para que informações como investimentos, seguros e outras cheguem com facilidade às empresas autorizadas pelo Banco Central.

Quais as vantagens desse sistema? Será realmente que o fato da abertura de dados bancários do Banco A para o Banco B (e vice-versa) trará melhores taxas e/ou outro benefício ao cliente?

A personalização é vista como a chave desse sistema. Conhecendo bem o cliente, as instituições são capazes de oferecer produtos que de fato fazem sentido para aquele cliente. A experiência do usuário, algo que se fala tanto e que tem trazido muitos resultados para os negócios, chega aos serviços bancários e certamente veremos mudanças nesse cenário.

HIPERCONVENIÊNCIA DE ATENDIMENTO AO CLIENTE

O atributo conveniência é de longe o mais valorizado pelos consumidores, pois preserva o maior ativo das pessoas que é o tempo. Atendimento “phygital”, omnichannel, modelo “grab and go” e outras várias denominações que apareceram no pico da pandemia, em resumo definem um desejo de conveniência do consumidor que não quer mais “ou X ou Y”, isto é, não é mais ou físico ou digital, são os dois (“X e Y juntos”), de acordo com a conveniência do cliente. A pandemia forçou um estudo rápido e uma implementação imediata de um modelo, sem ainda se conhecer, naquela época, as vantagens e desvantagens desse novo padrão de atendimento e o que se teria de resultado em cada ponto e canal de atendimento. Em 2022, se viu uma consolidação e não temos dúvidas que, em 2023, as empresas e/ou prestadores de serviços não terão outro caminho a não ser tornar a jornada cada vez mais fluida, contínua e relevante aos seus clientes. Debatemos durante o ano sobre novas formas de prestação e venda de serviços, desde atendimentos médicos à distância, até no caso das consultorias especializadas, nosso caso na RGCE, onde ferramentas de teleconferências viraram instrumentos básicos e importantes para essa nova relação entre clientes e empresas. Que venha 2023 com mais encontros com nossos clientes, seja de forma presencial ou online…o crucial é atendê-los bem.

SIGNIFICADO DO TRABALHO

Nunca se falou e se pensou tanto no real significado do trabalho e o seu propósito. Alguns acontecimentos, como a onda de demissões voluntárias, o aumento significativo de contratos de pessoa jurídica e os cargos home office, são reflexos dessa nova forma de enxergar e analisar o mercado de trabalho. O ano de 2022 foi um ano em que isso ficou muito explicito e, em 2023, de acordo com o que vem sendo observado, será o ano de alinhar essas expectativas com a nova realidade do mercado. As empresas precisam buscar um equilíbrio para manter seus bons profissionais desempenhando suas tarefas e trazendo resultados relevantes. Seja presencialmente, de forma híbrida ou 100% em home office, ainda não está decidido, e, com certeza, será um dos debates em 2023. Alguns empregadores já fizeram suas primeiras análises e reflexões sobre a atuação ideal de seus funcionários e, ao que parece, as três formas têm sido utilizadas de forma simultânea. Essa simultaneidade, inclusive, é um desafio aos gestores e ainda será e terá novos capítulos em 2023. Como fazer a engrenagem funcionar da melhor forma em um novo cenário (híbrido ou home office) ou no tradicional (presencial) e, detalhe, com profissionais que hoje estão mais atentos a outras questões, como o tão desejado equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ainda será uma questão no ano que vem com toda a certeza.

REINVENÇÃO

Vou iniciar afirmando, caso ainda você não tenha feito, se reinvente. Reinvenção é uma palavra que venho trazendo constantemente em meus artigos. Todos esses temas acima mostram mudanças significativas em como se fazer negócios ou no mercado de trabalho em si (ou em ambos, dependendo da sua atuação). Por esse motivo, se os empresários ou os gestores não entenderem rapidamente como se portar diante desses desafios, ficarão para trás. Além de se reinventarem, empresários e gestores, como já alertamos antes, precisam conhecer não só o óbvio que o negócio envolve, mas todos os influenciadores que atuam direta ou indiretamente em seus resultados. Outra palavra batida que sempre trago é “planejar”. É no planejar que o óbvio fica óbvio. Como escrevi em outros artigos, pense e execute um planejamento que lide com os tais “eventos inesperados”. Um planejamento que sirva de norte, de bússola, mas que não “engesse” as ações. Um planejamento que pense tanto no médio, como no longo prazo, mas que traga a possibilidade de mudanças rápidas e necessárias no curto prazo.

O ano de 2023 certamente não será um ano para amadores. Diante de tudo isso, podemos dizer que 2023 será um ano de grandes possibilidades nas mais diversas áreas, quem se preparar melhor, ganha…simples.

Como o nosso slogan diz “simples, não simplista”.

Simples não é o oposto de complexo, mas o oposto de complicado. A simplicidade é a ausência de extravagâncias, de excessos que são como armadilhas que impedem as empresas de atingirem os seus objetivos. Nunca confunda uma resposta simples a um problema com uma resposta simplista. A solução simplista deixa de lado aspectos fundamentais dos objetivos. Já, aquela que enfatiza o simples tem a capacidade de filtrar aquilo que realmente importa daquilo que não acrescenta valor. Toda a energia da resposta dada ao problema deve ser concentrada naquilo que é necessário para cumprir seus objetivos. Simples assim.

Seja inteligente, simplifique em 2023!

 

 

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